A frente de batalha contra os insetos nunca esteve tão perigosa – mas também emocionante. Depois de acompanhar por anos o avanço de nossas queridas Tropas Estelares pela televisão, sobretudo na programação do SBT (mas também em fitas VHS que eu alugava repetidamente para assistir no domingo à tarde), enfim chegou minha vez de contribuir com a causa. Como jornalista da Federação, fui convocado pela desenvolvedora Offworld Industries para cobrir em primeira mão os horrores da guerra contra os aracnídeos, e hoje venho relatar tudo o que presenciei no front de Starship Troopers: Extermination. Quer saber mais? Então vista seu capacete e aventure-se por sua conta e risco pelos parágrafos abaixo. Ou vai dizer que você quer viver para sempre?
STARSHIP TROOPERS: EXTERMINATION
Quem nunca viu Tropas Estelares na TV e desejou ser enviado a um planeta semiárido para lutar contra alienígenas insetoides, ombro a ombro com Johnny Rico e seus amigos, não teve uma infância completa. Eu era tão obcecado pelo filme que cheguei a rascunhar em minha cabeça, aos nove ou dez anos de idade, toda uma linha de action figures baseada nos personagens, com bonecos capazes de desacoplar pernas e braços para simular as amputações causadas pela guerra. Felizmente, e para satisfazer a criança em mim, matar os insetos em Starship Troopers: Extermination é tão divertido quanto parecia no filme original – e ainda mais violento.
Até 16 soldados são permitidos por vez no campo de batalha de Extermination. E apesar de não existirem servidores dedicados na América Latina (nem mesmo em Buenos Aires…), em geral tive uma boa experiência me conectando a servidores do centro dos Estados Unidos, de modo que encontrar uma nova missão nunca demorou mais do que alguns segundos.
Como esperamos de qualquer confronto que se preze, a guerra é travada em várias frentes. São as principais: busca e destruição de ovos alienígenas; combate a hordas; e construção e defesa de bases. A busca e destruição se desenrola em cavernas subterrâneas, com um esquadrão de apenas quatro soldados. Nessas missões, a baixa luminosidade e os corredores estreitos elevam a tensão da equipe, já que deve existir uma fina coordenação entre todos os soldados para o sucesso da empreitada. No entanto, é nas batalhas contra hordas de inimigos – acompanhadas ou não de missões paralelas – que Starship Troopers: Extermination realmente brilha.
MATE TODOS!
Em seus melhores momentos, Extermination se parece exatamente com as grandiosas batalhas mostradas no filme de Paul Verhoeven. Enxames de inimigos se aproximam de todos os lados, enquanto soldados lutam e morrem para defender suas posições. A própria criação da base exige um esforço conjunto, já que há todo um sistema de construção disponibilizado aos soldados para modelar e reforçar as estruturas do forte antes e depois de cada confronto – permitindo alocar recursos como paredes, metralhadoras e rampas de acesso de acordo com a necessidade.
À medida que as missões se encaminham para sua conclusão, um festival de explosões e jorros de sangue verde começa a varrer o mapa enquanto tentamos nos livrar dos insetos que se acumulam nos portões da base. Entre uma onda inimiga e outra, é necessário reabastecer a munição, consertar equipamentos danificados e, às vezes, reconstruir as defesas que o inimigo destruiu na rodada anterior. Mas fique alerta, pois em poucos segundos uma nova leva de insetos começará a chegar, exigindo habilidade e trabalho em equipe para impedir que a base se torne um largo cemitério.
O desespero – mas também a excitação – fica ainda mais palpável quando, ao fim das missões, um ponto de extração é designado no mapa (geralmente a centenas de metros de distância da base), obrigando os sobreviventes a abrir caminho através das ondas inimigas para chegar à nave de resgate. Pode parecer difícil – e é mesmo. Vi muitos bravos soldados morrerem a poucos segundos de concluir a missão, seus corpos abandonados em território inimigo sem salva de tiros ou funeral militar, muitas vezes em posições indignas da bravura que demonstraram em vida.
Vários dos monstros mais icônicos do rol de alienígenas do filme estão presentes em Starship Troopers: Extermination, a exemplo dos Zangões, Guerreiros, Tigres e Granadeiros, entre outros. Dizem até mesmo que insetos do tipo Tanque – aquele besourão cuspidor de lava – podem aparecer em uma ou outra batalha, mas para meu azar (e sorte dele) não tivemos a chance de nos encontrar.
Para os novos recrutas, é importante dizer que poderão se alistar para servir em qualquer uma das seis patentes disponíveis: Guardião e Demolidor, que agem como primeira linha de defesa usando explosivos e armamento pesado; Patrulheiro e Sniper, respectivamente incumbidos do combate de médio e longo alcance; ou Médico e Engenheiro, responsáveis por oferecer suporte ao pelotão. Seja qual for sua escolha, logo vai descobrir que disparar com um lançador de granadas é tão gratificante quanto usar rifles e pistolas para destruir o inimigo, já que todas as armas são balanceadas para conferir peso e velocidade aos tiroteios.
Para completar essa balbúrdia bélica, Starship Troopers: Extermination oferece o exclusivo sistema Carnage, que mantém o cadáver dos inimigos no cenário até que seja removido por uma explosão ou incinerado com um lança-chamas. Desse modo, quanto mais a batalha se estende, mais corpos se acumulam ao nosso redor, criando obstáculos para o avanço das tropas – mas também oportunidades para o inimigo, que pode escalar as montanhas de insetos abatidos para invadir a base.
Durante meu tempo de serviço, jamais deixei de ficar impressionado com a quantidade de insetos caídos no chão após um intenso confronto, e mais impressionado ainda com os enxames que se avolumavam no horizonte a cada nova onda inimiga, um infinito estoque de aracnídeos pisoteando sem distinção os corpos humanos e não humanos pelo caminho.
QUER SABER MAIS?
Infelizmente, a guerra não é feita apenas de divertidos tiroteios e fugas espetaculares, mas também de percalços – muitos percalços. Entre as dificuldades enfrentadas por este correspondente que vos fala, cito inúmeros casos de pop-in (em que inimigos se materializam do mais absoluto nada), lentidão no carregamento de texturas, movimentação inconsistente dos insetos (que gostam tanto de caminhar quanto de deslizar pelo cenário), uma tragicômica física de ragdoll e companheiros de equipe que flutuam no ar ou atravessam objetos, além de constantes falhas no sistema de iluminação.
Não raramente, dois ou mais desses problemas acontecem ao mesmo tempo, fazendo com que Extermination pareça um jogo inacabado, com arestas que imploram para ser aparadas da mesma forma que aparamos a tiros os membros dos alienígenas. Além disso, em mais de uma ocasião as hordas que deveriam atacar nosso esquadrão simplesmente não apareceram, contrariando a expectativa de que a missão seria realmente “Difícil”, como constava no briefing. Não bastasse, houve até mesmo circunstâncias em que os inimigos surgiram dentro do chão, sugerindo a existência de uma espécie desconhecida de inseto subterrâneo.
De toda forma, esses problemas podem ser facilmente corrigidos se, como um médico de campo, a desenvolvedora suturar as feridas técnicas de Extermination com bandagens ao longo do tempo. Menos provável de serem resolvidas, porém, são as falhas referentes ao modo single-player – um longo tutorial disfarçado de campanha. É uma pena, mas a Offworld Industries perdeu uma grande chance de explorar os aspectos narrativos que fazem do universo de Starship Troopers tão especial.
Para você que está pensando em se alistar hoje mesmo, saiba que não existe aqui a mesma crítica ácida que permeia o filme de 1997 – e que serve de contraponto à abordagem militarista do livro de Robert Heinlein. Extermination, por mais divertido que seja, não abre espaço para nada além do tiroteio descerebrado e da luta incessante por território, e carece do humor incisivo e da sátira social (bem como dos personagens marcantes) de sua contraparte cinematográfica. A boa notícia é que a carnificina é satisfatória o bastante para, sozinha, justificar a experiência – e arrisco dizer que você nem sentirá falta de uma trama mais elaborada quando estiver explodindo insetos e lavando o cenário com suas tripas.
STARSHIP TROOPERS: EXTERMINATION QUER VOCÊ!
Oferecendo uma generosa dose de adrenalina e emulando as melhores cenas de batalha do filme original, Starship Troopers: Extermination é uma boa pedida para quem sempre sonhou, como eu, fuzilar livremente insetoides aracnídeos em planetas distantes. Problemas técnicos podem quebrar a imersão com frequência, mas passam despercebidos enquanto lutamos por nossas vidas contra centenas de inimigos querendo nossa cabeça.
Para encerrar este relatório, deixo aqui minhas saudações aos valiosos soldados com quem servi em meus dias de glória: MotherRussia, GERMANxPOTATO e wolfdash2000, que muitas vezes me arrancaram dos braços da morte – a vocês, minha gratidão. Agradeço também a EliteAce132, Der+Doktor e thetombshunter pelos serviços prestados à Federação, incluindo salvar a vida deste repórter federativo em particular. Selva! E, por fim, presto condolências aos soldados caídos de meu pelotão: xXPremiumbeefxX, Hellbound1124 e tonight-WE-die25, e ofereço meus especiais sentimentos à família do soldado djatrix, morto em ação por um bizarro acidente que registrei para a posteridade. Vocês, meus amigos, estarão para sempre em minha memória (pelo menos até a próxima partida), e jamais me esquecerei das gloriosas sessões de vinte ou trinta minutos em que lutei ao lado de cada um.
Depois de tantas batalhas, estou quase à vontade para ordenar a mim mesmo: “Descansar, soldado”, e fugir da guerra para morar em alguma casinha na órbita de Vênus. Mas pressinto que em breve serei convocado para o campo de batalha outra vez, seja para conferir uma atualização ou matar a vontade de destruir insetoides no intervalo do almoço – e a verdade é que já estou ansioso para atender ao chamado. Espero encontrar você no front, para juntos sapatearmos sobre o túmulo de nossos inimigos. E lembre-se: inseto bom é inseto morto!
Para lutar a boa luta, aliste-se hoje mesmo em Starship Troopers: Extermination e ajude a erradicar o cancro alienígena de uma vez por todas, uma missão cooperativa por vez, até que o inimigo recue ou os servidores sejam desligados – o que vier primeiro.
Eu estou fazendo minha parte, e você?
Esta correspondência de guerra foi produzida com uma chave de acesso gentilmente cedida pela Offworld Industries. Selva!